Pista de Congonhas tem histórico de derrapagens. Obra está inacabada

Encravado entre prédios comerciais e residenciais da zona sul de São Paulo, o Aeroporto de Congonhas - o mais movimentado do país - tem um histórico de acidentes e derrapagens. Em maio deste ano, a pista principal do terminal passou por reformas para amenizar o risco deste tipo de incidentes. No entanto, o serviço de grooving - sistema de ranhuras que facilita o escoamento de água na pista e aumenta a aderência dos pneus durante o pouso em caso de chuva - ainda não foi feito. A pista reabriu no dia 29 de junho e a Infraero havia afirmado que, por ser o período de inverno e tempo seco, não haveria problemas com a falta do grooving, que só deverá ficar pronto no fim de setembro. Porém, nos últimos dias tem chovido em São Paulo. Um dia antes do acidente com o avião da TAM , uma aeronave da Pantanal derrapou na pista . Foi o primeiro avião a derrapar em Congonhas depois da reforma da pista. (Saiba mais sobre a reabertura da pista)

Um piloto da TAM, ouvido pela Rádio CBN, acredita que a falta do grooving teria sido a causa da tragédia. Ele responsabiliza a Infraero e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que concordaram com a liberação da pista sem o sistema de segurança. - Durante os pousos com muita chuva, é como dirigir um carro e sentir a derrapagem na estrada. O grooving não é um pré-requisito, mas é um item de segurança -disse o piloto, que preferiu não se identificar. O presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aéreos, Uébio José da Silva, disse que recebeu reclamações de pilotos sobre a pista principal de Congonhas. Segundo o sindicalista, pilotos disseram que a pista não apresentava condições de pouso e "estava lisa como sabão". - Não quero ser leviano e dizer que a causa do acidente foi essa. Mas a aviação brasileira está um caos - afirmou. Antes da reforma, quatro aeronaves derraparam na pista

Antes das obras na pista, quatro tinham derrapado . A última derrapagem ocorreu com um boeing da Varig, em 17 de janeiro deste ano. O acidente aconteceu quando já estava vigorando a determinação do Centro Nacional de Investigação e Prevenção de Acidentes (Cenipa) para suspender pousos e decolagens quando ocorresse chuvas.

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